10 tipos de pisos internos e suas aplicações
NNa hora de escolher pisos para o seu projeto ou reforma muitas dúvidas podem surgir, afinal são tantas as opções disponíveis no mercado que é natural que você fique um pouco confuso(a). Mas para dar aquela clareada nas ideias e ter certeza de que está fazendo a escolha correta, separei os 10 principais tipos de pisos para áreas internas e suas características, para te ajudar na hora de decidir qual a melhor opção para o seu projeto! (mas se mesmo assim você ficar em dúvida, entra em contato que eu te ajudo!)
#01 – CERÂMICO / PORCELANATO
Conhecidos na linguagem popular como “pisos frios”, ambos são indicados para áreas molháveis (como banheiros e cozinhas) e também áreas externas. A diferença entre um e outro começa na composição: enquanto o piso cerâmico é uma mistura de argilas e outros compostos químicos, o porcelanato é a mistura de porcelana e outros materiais com um processo de fabricação mais complexo. Por conta disso, o porcelanato apresenta maior resistência e menor porosidade em relação ao piso cerâmico, garantindo ao primeiro uma durabilidade maior.
Existem vários tipos de porcelanato:
Polido – Ele é bem liso, chega a ser brilhante e com algum reflexo. Por conta disso é mais fácil de limpar, mas não é recomendado para áreas molháveis pois fica muito escorregadio em contato com a água.
Acetinado – Esse tipo não possui brilho e tem uma superfície levemente rugosa, o que permite maior atrito em áreas molháveis, mas ainda assim conta com uma manutenção de limpeza fácil. É o mais indicado para banheiros, por exemplo.
Para áreas externas – A rugosidade nesse tipo é muito maior para evitar escorregões. No entanto, a limpeza fica muito mais difícil, e é recomendado não escolher uma opção tão clarinha.
Uma das características mais interessantes do porcelanato, e que amplia sua aplicação em vários ambientes, é a grande variedade estética que esse material apresenta. Com uma gama enorme de texturas e impressões em HD, o porcelanato consegue imitar muitos materiais diferentes, permitindo um resultado estético que antes poderia ser inviável, como a aplicação de pedras naturais em extinção, ou obter a textura da madeira em áreas onde a opção natural não seria recomendada.
Por último, outras duas características que conferem ao porcelanato parte de sua elegância são as bordas retificadas e as peças de grandes dimensões. Devido à sua composição, é possível que as bordas de cada peça tenham seu corte em 90°, permitindo que o assentamento entre uma peça e outra seja bem próximo, deixando o rejunte menos visível. As dimensões maiores também dão uma maior uniformidade à superfície do piso, uma vez que menos peças são necessárias para revestir o ambiente.
#02 – PEDRA NATURAL
O piso de pedra natural pode ser aplicado em projeto de várias formas e tamanhos diferentes, e também são diversas as opções de pedras naturais disponíveis.
Em interiores, os cortes das pedras costumam ser maiores e ter mais polimento. Já nas áreas externas são mais comuns os mosaicos de peças irregulares ou a paginação com peças menores e com acabamento mais rugoso.
Esses pisos tem uma enorme durabilidade e são muito resistentes à água e à luz do sol, e a longo prazo podem ser apenas polidos ou realizada a manutenção, dando aspecto de novo. Em contrapartida geralmente apresentam um valor mais alto.
#03 – MADEIRA NATURAL
O Piso de madeira natural é um dos mais tradicionais para ambientes secos em áreas internas. Ele pode ser encontrado em tábuas ou em tacos. Em ambos os casos a aplicação é feita colando as peças do piso no contra piso.
As peças de madeira têm em torno de 2cm de espessura. Levando em consideração que a manutenção (raspagem) deve ser realizada em média a cada 15 ou 20 anos, e que a cada raspagem é retirado em média 2mm da espessura do piso, podemos ter uma noção da durabilidade do material.
No entanto, para manter essa durabilidade precisamos observar o local de aplicação desse piso. Não podemos, de forma nenhuma, aplicar pisos de madeira em áreas molháveis ou que possam eventualmente tomar chuva, como varandas, por exemplo. Também é importante evitar que esse piso tenha contato com a luz direta do sol para evitar manchas na madeira.
#04 – LAMINADO
Procura imitar chapas de madeira natural. É constituído de materiais derivados da madeira, como aglomerado e painel de madeira de alta densidade (HDF), e com uma camada superior resinada que apresenta a estampa do tipo da madeira escolhida.
De fácil instalação, pode ser clicado (encaixes macho-fêmea) ou colado. No caso do clicado, ele pode ser desmontado e levado embora no caso de uma mudança. Tem uma durabilidade de 5 a 16 anos.
Os pontos negativos são: É um piso relativamente barulhento, principalmente para quem mora em apartamentos. É possível escutar o “toc toc” do sapato e as patinhas do cachorro batendo. Para suavizar esse problema, recomenda-se cobrir o contrapiso com manta acústica.
Ainda com relação aos pets, por ser muito liso, o piso laminado faz com que os bichinhos escorreguem com mais facilidade. Finalmente, o contato com a água deve ser evitado, e caso ocorra por acidente, deve-se secar imediatamente para evitar que forme bolhas no piso.
#05 – VINÍLICO
Feito em PVC, esse piso pode ser encontrado em mantas ou em placas, com estampas de madeira e cimento queimado, por exemplo.
As grandes vantagens do piso vinílico são a sua instalação, que é muito rápida, e seu isolamento acústico. Assim como no laminado, o vinílico pode ser clicado ou colado. O clicado acaba sendo muito mais vantajoso pois o acabamento fica melhor, e se você se mudar, pode levar o piso com você. Ele abafa ruídos de passos e ajuda a conservar a temperatura dos ambientes. Como é protegido por resina, mancha muito pouco e é antialérgico.
Quanto à água, a resistência dele é maior do que a do laminado, mas não se pode exagerar. A variedade de estampas é enorme: no caso das de madeira, além da estampa, o piso também apresenta uma textura, o que traz mais realismo ao material.
Os pontos negativos são que ele pode riscar em contatos muito fortes ou se houver um móvel muito pesado sendo arrastado sobre ele. Também pode desbotar caso fique em contato direto com a luz do sol.
#06 – TACO DE MADEIRA
Os tacos, “taquinhos” ou “tacões” fizeram muito sucesso nos anos 50 e 60 e nada mais são do que peças aproveitadas de madeiras que não tinham dimensões adequadas para virar um assoalho, e por isso mesmo custavam um pouco menos. Eles têm dimensões fixas, e os mais comuns medem de 7 x 14 cm até 10 x 40 cm. Atualmente são muito valorizados e conferem um ar nostálgico mas também contemporâneo, dependendo do projeto e da paginação adotada (cujas opções são variadas, basta criatividade).
O piso de taco, assim como o piso de madeira, é ideal para manter a temperatura do ambiente confortável e o isolamento acústico, além de também facilitar a manutenção apenas lixando ou raspando a superfície e aplicando o famoso “sinteco” ou verniz para renovar completamente o aspecto visual, o que confere uma alta durabilidade a esse piso.
Para que não rachem ou empenem, é necessário ter um contrapiso bem seco e nivelado e sua fixação é feita com cola de alta resistência ou PVA. Apresenta fácil limpeza, mas exige muita atenção no dia a dia para não manchar ou riscar, sendo necessário colocar proteções nos pés dos móveis e tomar cuidado para não deixar cair água na superfície.
#07 – CARPETE DE TECIDO
Podem ser de Lã, Nylon ou Poliéster. São usados em ambientes onde se quer trazer um conforto extra ou quando o desenvolvimento acústico é prioridade, como em salas de cinema e estúdios musicais.
Os carpetes de tecido podem ser encontrados em mantas ou em placas. A primeira opção normalmente é escolhida para ambientes residenciais ou espaços menores. A segunda é ideal para lajes de escritórios, pois a instalação em placas permite uma manutenção mais prática e a troca de apenas uma placa, caso ela seja danificada, sem a necessidade de trocar toda a metragem do piso.
Deve-se evitar o uso de carpetes de tecido em áreas molháveis.
#08 – LADRILHO HIDRÁULICO
O Ladrilho Hidráulico é um revestimento artesanal feito à base de cimento, que pode ser aplicado tanto como piso quanto como revestimento de paredes.
Na sua fabricação são utilizadas formas de metal, geralmente quadradas, com divisões internas no formato da estampa desejada, e então são despejadas as tintas e uma mistura cimentícia dentro de cada espaço da forma. Esse processo permite uma infinidade de padronagens, já que o lote do ladrilho é feito sob encomenda e o cliente pode escolher a combinação de cores que desejar.
O tamanho das peças varia de 10x10cm a 40x40cm, mas também encontramos peças em outros formatos, como hexágonos, por exemplo.
O Ladrilho hidráulico tem uma durabilidade muito boa. Ele pode manchar, mas o desgaste nesse caso traz personalidade e charme à composição. Em espaços públicos, sua vida útil pode chegar a 30 anos, e em ambientes familiares a até 80 anos.
Quando aplicados em ambientes molháveis, é sempre recomendado aplicar uma resina impermeabilizante, porque o material é bastante poroso.
#09 – EPÓXI (“PORCELANATO LÍQUIDO”)
O nome desse piso não está entre aspas à toa. Na verdade, o ‘’Porcelanato liquido’’ não é um porcelanato, mas sim uma Resina Epóxi.
Por ser líquido, esse material permite a aplicação diretamente sobre outro piso cerâmico existente, ou sobre contrapiso nivelado. Ele preenche a área de piso de maneira uniforme e contínua por não possuir emendas.
Outro ponto interessante desse material é que a mistura da resina pode ser feita in loco, possibilitando a criação de qualquer coloração desejada, inclusive a transparente, quando o objetivo é sobrepor uma imagem 3D.
Agora falando das desvantagens: Por ser uma resina, e não um material rígido, a resistência é menor. Por conta disso, aquele polimento maravilhoso que você vê em fotos dura muito pouco e o piso fica com cara de velho e usado muito rápido, necessitando de manutenção frequente. Outro ponto a se observar é que em áreas muito amplas ele pode rachar, e caso a cor escolhida seja clara ou transparente, a resina tende a amarelar com o tempo.
#10 – CIMENTO QUEIMADO
O piso de cimento queimado é feito com uma base de cimento, areia e água e finalizado com pó de cimento. Para dar proteção adicional à superfície do piso pode ser aplicada uma camada de resina acrílica com impermeabilizante para proteger o piso da ação da água, e para a manutenção regular, o ideal é aplicar cera incolor.
É importante considerar também as juntas de dilatação, geralmente a cada 2 metros, para evitar que o piso rache ou sofra outros danos com a variação térmica, mas isso acaba sendo uma solução interessante, visto que proporciona a sensação de os ambientes serem mais amplos e integrados, ao dar a impressão de formar uma peça única.
Outra característica desse piso é a não homogeneidade, ou seja, é um piso de caráter mais rústico por apresentar pequenas manchas e diferença na coloração, consequências do processo de aplicação, mas que conferem justamente todo o charme e diferencial desse piso.
Comparado com outras opções, o piso de cimento queimado apresenta um custo consideravelmente mais barato, mas sua aplicação é feita in loco e demanda mais tempo até a secagem completa. Apresenta boa durabilidade, facilidade na limpeza e grande variedade de cores, acabamentos e combinações com outros materiais, mas não é recomendado para áreas molháveis, primeiro por ficar escorregadio, e segundo porque sabonetes, shampoos e outros produtos abrasivos, como cloro por exemplo, podem acabar danificando-o.
E então, ficou mais fácil diferenciar melhor os principais tipos de pisos encontrados no mercado? Já sabe qual utilizar em sua reforma? Se ainda ficou com alguma dúvida, comenta aqui ou entra em contato que te responderei com o maior prazer! Como arquiteta, posso te ajudar a escolher a melhor opção! 🙂
E continue acompanhando o blog que em breve tem mais!
(*Escrito em parceria com a arquiteta Talitha Vitorini e VIAS Arquitetura)